O dia mais curto
Será o mais curto dos dias,
não terá vinte e quatro horas,
talvez dure
apenas uns minutos.
Será um arco-íris
terrível,
muitas cores explodindo
em cogumelos de nuvens,
muito fogo
muito vento
e por fim
nevoeiro
cinza fria.
--------Depois não haverá dia,
--------não haverá noite
--------não haverá tempo...
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Este é o primeiro poema do livro de Jonas Negalha, intitulado O Dia Mais Curto, publicado em Guarulhos em 1972. É composto por 36 páginas datilografadas, contendo, as últimas nove, opiniões de escritores e intelectuais como Bertrand Russel, Fernando Namora, Reis Brasil e Sérgio Millet, só para citar quatro dos mais conhecidos.
Os poemas foram escritos entre 1965 e 1966 e já nessa altura o grande poeta-filósofo chamava a atenção para a problemática da poluição e dos maus tratos que o primata-mor («somos animais carnívoros a devorar os mais fracos») vem inflingindo à sua casa, em nome do progresso... sabe-se lá de quê!
[Os meus agradecimentos a D. Vera Lucia Janela, diretora da Divisão de Bibliotecas do Centro Cultural São Paulo, pela amabilidade que teve em transcrever o poema e, sobretudo, pelo envio deste magnífico livro que todos os governos do mundo deveriam ler, segundo a exortação de Roberta Goldstein]
20 Apr 2010
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