I
O Tao que se procura alcançar não é próprio Tao;
o nome que se lhe quer dar não é o seu nome adequado.
Sem nome, representa a origem do universo;
com um nome, torna-se a Mãe de todos os seres.
Pelo não-ser, atinjamos o seu segredo;
pelo ser, abordemos o seu acesso.
Não-ser e Ser saindo de um fundo único
só se diferenciam pelos seus nomes.
Este fundo único chama-se Obscuridade.
Obscurecer esta obscuridade,
eis a porta de toda a maravilha.
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Le Tao que nos essaya attinger non es le proprie Tao; le nomine que nos vole dar lo non es su nomine adequate. Sin nomine, illo representa le origine del universo; con un nomine, illo deveni le Matre de tote le esseres. Per le non-esser que nos attinge su secreto; per le esser que nos aborda su accesso. Non-esser e esser sortiente de un sol fundo a pena se differentia per su nomines. Iste sol fundo se appella Obscuritate. Obscurar iste obscuritate, ecce le porta de omne meravilia.
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II
Todos consideram o belo como belo,
é nisso que reside a sua fealdade.
Todos consideram o bem como bem,
é nisso que reside o seu mal.
Porque o ser e o nada engendram-se
o fácil e o difícil completam-se
o longo e o curto formam-se um pelo outro.
O alto e o baixo tocam-se.
A voz e o som harmonizam-se.
O antes e o depois sucedem-se.
Por isso o santo adopta
a táctica do não agir,
e pratica o ensino sem palavra.
Todas as coisas do mundo surgem
sem que ele seja o autor.
Produz sem se apropriar,
age sem nada esperar,
acabada a sua obra, a ela se não prende,
e porque a ela se não prende,
a sua obra permanecerá.
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Omnes considera lo belle como belle, es in isto que sta su feditate. Omnes considera le ben como ben, es in isto que sta su mal. Proque le esser e le nil se genera, lo facile e lo difficile se completa, lo longe e lo curte se forma le un le altere. Lo alto e lo basso se tocca. Le voce e le sono se harmonisa lo ante e lo depost se succede. Pro isto le sancto adopta le tactica del non ager e practica le inseniamento sin parola. Tote le cosas del mundo surge sin que ille sia lor autor. [Ille] produce sin se appropriar, age sin ulle sperar, [un vice] finite su obra, a illo ille non se attacha, e proque a illo ille non se attacha, su obra remanera. _________________________________________________
[Lao Tse, Tao Te King, Lisboa, 1977]