Interlíngua não é uma língua artificial, mas o registo do vocabulário internacional de origem greco-latina existente e que constitui a herança linguística comum a todas as línguas ocidentais. As estruturas comuns formam uma gramática minimizada: só existe um artigo indefinido, un, e apenas um artigo definido, le. Não existe concordância entre substantivo e adjectivo, assim como não há desinências nas diversas pessoas verbais.
Atenção: Interlíngua não é Esperanto!
Interlíngua é elaborada por linguistas profissionais.
Depois de um quarto de século de investigação a International Auxiliary Language Association (IALA) publicou, em 1951, o resultado. Durante as preparações teóricas participaram linguistas como Otto Jespersen, Charles Bally, Albert Debrunner, Alf Sommerfelt, Jean-Paul Vinay, André Martinet e o seu successor como director de investigação, o dr. Alexander Gode, fundador da American Translators’ Association (ATA).
Interlíngua é a expressão linguística da universalidade da ciência e da tecnologia e cientistas, primeiramente médicos, começaram imediatamente a publicar resumos, de congressos de medicina, em revistas especializadas.
Interlíngua aproveita ao máximo a difusão global dos idiomas ocidentais e é utilizável hoje sem esperar uma adopção oficial.
Os 600 milhões de romanófonos e os mais instruídos entre os vários milhões de anglófonos compreendem textos em Interlíngua quase sem qualquer estudo prévio. E todos os outros, que não possuem línguas românicas ou o inglês como línguas maternas, continuarão a fornecer-nos professores de línguas como o nosso pão quotidiano. No entanto, com Interlíngua como primeira língua nas escolas os recursos para o ensino de línguas modernas serão suficientes para os estudos não apenas da importantíssima língua inglesa, mas de muitos outros idiomas, mesmo aquelas que hoje são «exóticas»: chinês, japonês, árabe – línguas fascinantes, mas difíceis! E para as línguas tradicionais provavelmente o tempo será suficiente para estudar mais profundamente a sua literatura e cultura: estudar inglês com Shakespeare, francês com Racine, polaco com Mickiewicz, húngaro com Petöfi!
O valor propedêutico de Interlíngua é irrefutável.
No ensino de línguas, a Interlíngua oferece um acesso rápido a o vocabulário internacional (em escolas suecas isto tem sido um assunto independente) e uma excelente preparação para o estudo avançado do inglês e das línguas românicas, assim como do latim clássico.
A política linguística da União Europeia!
«Cada europeu deve aprender duas línguas estrangeiras!» Selecção livre? Pode um búlgaro escolher o romeno e o grego? Um checo o alemão e o húngaro? Em princípio, sim. Mas se uma das línguas escolhidas não for preferida por todos, o resultado não é a comunicação entre todos os europeus.
É necessária uma língua neutra.
Nem todos os gastos gigantescos da UE em interpretação e traduções são necessários e a situação «babélica» no Parlamento é uma das causas da atitude negativa de 50% dos europeus. Outra dessas causas é o enorme privilégio das nações dominantes poderem falar e exprimirem-se nas suas próprias línguas. Interlíngua é mais ou menos familiar a todos os europeus – de facto, ela é o denominador comum das nossas línguas.
Interlíngua é uma língua viva pela definição de que tem uma comunidade, embora pequena, de utilizadores em «diáspora» em todo o mundo.
Nesta língua discute-se, escrevem-se livros, ama-se e – ocasionalmente – odeia-se. A evolução do vocabulário é constante, crescente, segundo as necessidades dos utilizadores, baseada na base firme dos princípios da formação de novos vocábulos: cada palavra deve existir em, pelo menos, três das línguas-fonte: inglês, francês, italiano, espanhol e português.
Introdução realista?
Um língua global não é realista na nossa época: a erradicação do analfabetismo, por exemplo, tem uma prioridade muito maior. Mas há passos possíveis, como a introdução de Interlíngua como primeira língua estrangeira nos currículos de todas as escolas da Europa para relações práticas. Isto não é mais utópico ou irrealizável do que a introdução do hebreu em Israel, se houver uma forte motivação.
Para os povos de África e da Ásia o estudo de Interlíngua significa as maiores vantagens.
Interlíngua é uma chave para as línguas ocidentais e dá acesso a textos tecnológicos. E Interlíngua é para esses povos a base ideal para estudos mais profundos de uma ou mais línguas ocidentais. A literatura tecnológica em línguas ocidentais mantém-se de importância vital para o seu desenvolvimento económico.
[Tradução do texto do prof. Ingvar Stenström, secretário da «Societate Svedese pro Interlingua», distribuído a cerca de 700 professores de línguas, aquando da Conferência Internacional da Federação Internacional de Professores de Línguas Vivas, que teve lugar em Gotemburgo (Suécia) de 15 a 17 de Junho de 2006]
14 Sept 2009
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